sábado, 28 de março de 2009

BUNDA IDIOTA


Arte de Salvador Dali
Marcos Seiter

Ontem conversando com uma amiga no serviço, a respeito das ideias do Fabrício, de que ele ao ver uma mulher gostosa passando na frente da sua tv, onde ele acompanha loucamente um jogo de futebol, ele pedi para que a gostosa saia da frente da mesma, que ele quer ver o jogo.
Minha amiga se espantou e disse:
- Ele é bicha!
Tive que respondê-la perguntando:
- Abre as pernas para ele, para ver o que ele faz?
Ela ficou sem jeito e pediu para que eu não falasse nada.
Eu confesso que, se eu estivesse no lugar do Fabrício, vendo um jogo de futebol, não teria a mesma atitude dele. Eu olharia para aquela gostosa que passava e depois voltaria a assistir ao jogo de futebol. Sou fraco e assumo diante da minha namorada.
Ela me responde:
- Tu és homem! Por isso que tu olhas.
Respondo-a:
- Sou um imbecil, isso sim! O que eu vou ganhar em ficar cuidando daquele rebolado? O que eu vou ganhar em ver aquele fio dental escondido? O que eu vou ganhar em ver a cor da calcinha daquela gostosa? Sou um bobo!
Minha namorada, com o seu sotaque pernambucano, tenta me conformar:
- Oxente, mas tu és homem!
- Sou! Mas não vou deixar de ser homem por não ficar olhando para as bundas. Tenho a minha para cuidar.

Tive uma ideia: Poderia colocar uma esteira no meio de dois espelhos. Me pelaria. Ficaria ali correndo e cuidando da minha bunda. Ver como ela é. Como ela se mexe. Se tem alguma marca. Já imaginou? Fazendo isso não terei perigo de ofender alguém. Não acham?
Os homens não se controlam. De cada dez que passam na rua, oito olham para o rebolado que passa. Viram as costas e não cuidam da suas moles. São uns loucos de fome.
Sugam como vampiros a bunda da fulana. As gurias se sentem bem ou mal com os olhares vulgares? Por que existem as vadias, então?
Um dia vou ser maduro o suficiente para não me perder em bundas.
Já que tenho a minha.

quarta-feira, 25 de março de 2009

POEMAS RECORTADOS POR MIM DA ZH - III

Arte de Paul Klee

Marcos Seiter



Na seda do coração

Luiz de Miranda

Ouve minha voz
e guarda-a na tua voz

na seda do coração
em tua língua luminosa.

Guarda-a para repartires
entre os convivas da noite

no misterioso líquido da
noite e chegares à aurora

pulsando nas fibras
e ouvir na sua luz

o amor que secretamente
te escrevi no vento
.

domingo, 22 de março de 2009

MEU VERDADEIRO AMIGO

Arte de Paul Klee

Marcos Seiter




Há dias que estou para escrever sobre o meu irmão, César.

Meu irmão, César, tem 20 anos. Está no segundo ano do Ensino Médio. Faz estágio a tarde no DAER, e a noite estuda. Tem Orkut e MSN. Tem amigos e amigas.

Todos os dias ele vai dormir tarde, da noite, e acorda lá pelas dez e meia da manhã. O galo para ele canta na hora em que ele acorda.

Diverte-se com os sons do Funk e do Pagode. São os sons preferido dele. Um por cento é o percentual de espaço que ele deixa para que o rock goze dele. Ele sabe do que gosta.

Nossos temperamentos são parecidos. Quando ele não quer falar com alguém, ignora a pessoa. Quando ele não está com ânimo para amigo, ele deita na cama e fica pensando na vida.

Eu em muitas situações de desgosto, fico assim, quieto, na minha e pensando no por quê e por quê de tal fato. Fico como a roda-gigante, rodando.
Meu irmão, César, é gremista. Não tem a camisa do Grêmio, assim como eu. É imperdoável que dois gremistas não tenham a camisa do clube do coração.
Eu sou do signo de Touro. Ele é do signo de Escorpião. Eu nasci dia primeiro de maio. Ele nasceu dia primeiro de novembro. Ele nasceu no ano de oitenta e oito. Eu nasci no ano de oitenta e cinco. O meu irmão é mais alto do que eu. Ele deve medir 1m e 75cm, enquanto eu 1m e 68cm. Baixinho sou.
Meu irmão, César, é o amigo mais sincero que eu tenho. Quando ele está bravo comigo, ele discute e me xinga. Assim como o xingo também. Não baixamos a retaguarda diante das nossas diferenças ideológicas. É a mais real sinceridade quando o ouço. Ele é direto. Gosto disso, apesar de ele ser mais claro somente em nossos conflitos.
Apesar de discutirmos, muitas vezes, por besteiras, somos amigos sinceros. Beijamos-nos no rosto. Abraçamos-nos calorosamente. Olhamos-nos nos olhos. Piscar por piscar. E através desses atos, possuimos uma aliança de amizade forte e verdadeira.
Para provar isso, dias atrás, ele pegou algumas coisas de cima da geladeira e colocou-as nos seus devidos lugares. Ajeitou o sofá com o pano que o cobre. Varreu a casa e colocou a sujeira na lixeira. Limpou o box do banheiro. Sem pressa e sem implicância com alguém. Nem implicou com os males nos objetos da casa. Seja objeto ou não, a paz reina por aqui. A minha visão sobre a organização dele, é de profunda admiração.
O pano que ele passava nos objetos para tirar o pó, era a nossa discussão desnecessária.

terça-feira, 17 de março de 2009

UM TEXTO MEU NO E-BLOGUE

Arte de Agustin

Marcos Seiter



Está publicado no E-blogue, uma declaração de fidelidade para comigo.

Beijos!!!

segunda-feira, 16 de março de 2009

CARTA PARA A MINHA QUERIDA - III

Arte de Waldomiro de Deus

Marcos Seiter

Querida, ando morrendo de saudade de ti. Não imaginava o tamanho dessa saudade que eu ando sentindo. Tu se tornou a minha sombra. A minha real companhia.

Saudade de beijar-te todas as manhãs, tardes e noites. Sentir sobre meus lábios teu beijo de hortelã, de laranja e de morango. Um sabor de beijo para cada turno.

Saudade de sentir tuas mãozinhas sobre mim. Sobre minhas mãos, pernas e rosto. Sinto-me protegido com elas nessas três partes. Forma um desenho dum diamante quando tu toca em minhas mãos, pernas e rosto, com tuas mãos. Seus dedos ficam marcados na minha memória, por serem pequenos e por tuas unhas serem enfeitadas. Cintilantes em dobro sobre meus olhos elas ficam.

Saudade de abraçar-te e não deixar nenhum espaço vazio em teu peito. Ficar colado em ti. Procurando sentir as batidas do teu coração. Imaginação fértil a minha, ao te abraçar fortemente, procurando sentir as batidas do teu coração, sendo que o meu coração faz um barulho imenso e dominante dentro de mim, impedindo que eu sinta o seu em meu peito. Dois corações no mesmo ritmo, isso sim.

Saudade de formar contigo duas caras gêmeas. A minha e a tua. Grudada por imãs em nosso interior facial. Não uma virada para cada lado, como no zodíaco. Mas as duas do mesmo lado. Quase se beijando. Quebrando a lei do zodíaco. Quebrando a ordem de Gêmeos. Dois sexos diferentes. Duas atrações.

Saudade de aproveitar ao mesmo tempo que nossos rostos fiquem colado, olhar bem fundo em teus olhos de lago, e aproveitar para namorá-los. Como o Sol faz com a Natureza em si.

Saudade de encostar meu nariz no seu. Deixá-lo em atrito. Como a caixa-de-fósforo faz com o palito-de-fósforo. O palito é para incendiar. Não há incêndio no nosso atrito. Porém, há carinho, paixão. Não há necessidade de ir ao centro de queimaduras, mesmo não querendo que pegue fogo nosso atrito, para tratar das queimaduras. É inevitável negar fogo. É fogo na certa. Vermelhos eles ficam.

Saudade de tocar-te pele a pele. Nada mais, nada menos. Pele a pele. Sentindo o cheiro da flor. Sentindo o teu corpo presente em mim. Ao vivo. Tu és a multidão dum show de rock. Empurrando para cá e para lá, eu. Tu não empurras. É claro. Mas a sensação é a mesma. Inesquecível e cheia de saudade.

Querida, saudade é viver.

Beijos com gosto de hortelã, já que são 02h:39min da manhã.

domingo, 15 de março de 2009

DOM CASMURRO

Amigos, terminei de ler neste fim de semana, Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Fora a primeira obra que eu lera dele.
Uma vez eu li, por obrigação, um conto dele. O homem célebre.
Fiz um trabalho em grupo. Mas que foi apenas um o único que apresentou o mesmo.
Devo ter somente enrolado o professor. **risos**
Agora no caminho da maturidade, saberia interpretar essa obra para os colegas do meu jeito.
Beijos e abraços!!!

quarta-feira, 11 de março de 2009

POEMA DEDICADO A MIM

Arte de Portinari

Marcos Seiter




O meu amigo, poeta, Adriano Nunes, dedicou um poema para mim.

Confira em seu blog o poema!

O meu coração não aguenta de tanta emoção.

sábado, 7 de março de 2009

FIDELIDADES

Arte de Paul Klee

Marcos Seiter




Não canso de ser fiel comigo.

Corto minhas unhas quando estão grandes. Se desesperam por eu não dar a devida atenção a elas, quando curtas, quase escondidas nos dedos. Resolvem então aparecer com tamanha rebelião que as vezes umas ficam encravadas nos cantos dos meus dedos. Minhas unhas agora são até decoradas de esmalte preto. Por enquanto é só preto.

Rapo meu cabelo quando os fios começam a formar o desenho da minha cabeça. Não gosto. Fico incomodado. Eles não tem como impedir o meu desejo de ignorá-los com a máquina zero. Gosto da originalidade. Espero que eles me perdoem por eu generalizar.

Quando os primeiros fios da minha barba aparecem, preocupo-me em fazê-las ou deixá-las crescerem e modelarem o meu rosto. É uma franqueza. É uma igualdade de interesses. No início de sua aparição em meu rosto, eu a ignorava, como se estivesse frente a frente com o espelho. Mas com o passar do tempo dei, e ando dando, o devido valor.

Meus olhos se cobrem com as imagens das estruturas de Porto Alegre. Dispenso óculos escuros. Desde que me vejo com meus olhos, nunca gostei de usar óculos de sombra. Os oculistas devem me odiar por isso.

A minha sobrancelha sobra em meu rosto. Ela é escura diante de meu clarão. As pessoas que não me veem há tempos, devem me reconhecer por ela. Ela é uma das minhas identidades. Ela recebeu meu respeito.

O meu andar é míúdo. A maioria das vezes com a cabeça para baixo. Os meus passos me acompanham. É a minha companhia mais sincera da maior parte da minha vida. O caminho não é invertido como as placas de ruas. É um só.

Aprendi a ser fiel comigo. Ser eu. Não seguir rumos iguais. Melhor do que aprender, deixei a vida me levar como o vento. Que viaja por todos os continentes. Deixei como o cantar dos passáros, que harmonizam o ambiente silencioso, como num parque, diante das árvores mudas pela não presença do vento sobre suas cabeleiras. Folhas. A solidão é inexistente com o cantar. Aprendi a viver a vida diante dos céus azuis ou escuros do dia.

Não canso de ser fiel comigo. Minha alma agradece por eu pintá-la.

Pintá-las com as verdadeiras expressões do meu eu. É como o Retrato de um menino de Paul Klee.

Sou um menino diante duma roda gigante.

terça-feira, 3 de março de 2009

O AMOR É INIMAGINÁVEL

Arte de Miró

Marcos Seiter





O amor vence o preconceito contra as brincadeiras bobas. Os olhares preconceituosos evaporam. A mente com foco no amor derruba qualquer muro. O amor vence a timidez. O amor não passa, mas ultrapassa todas as linhas imaginárias e inimagináveis da nossa vida. O amor faz a gente realizar caras e caras por alguém que a gente ama. O amor faz a gente rir.

Na última sexta-feira, presenciei um fato engraçadíssimo e divertido. Meu amigo, Jeferson, que está para ser pai, participou dum chá-de-fralda. Ele não estava como mero espectador, como eu, mas ele era o alvo dos olhos que por lá estavam.

Jeferson representou a sua mulher no chá e viveu por algumas horas o que é ser mulher.

As sombras dos olhos dele foram pintadas com batom. Duma cor avermelhada. Os seus lábios não fugiram das mãos hábeis das gurias. Aliás, Jeferson, não teve como fugir. Ele foi redesenhado. O seu dente central foi pintado de lápis. Não vi qual fora a cor. Seus braços fora riscado de batom vermelho. Os riscos nos braços era o nome de sua filhinha.

Ele ficou até de vestido. Era verde. Cortava o peito na vertical. Seus bíceps foram decorados com uma faixa de pano laranja. Os seus poucos cabelos da cabeça foram ocupados pela peruca castanha que as gurias levaram para ele usar. O seu pescoço ficou preso a uma faixa rosa. Era um enfeite.

A barriga formada por um balão, que estava debaixo de seu umbigo, sobre aquele vestido colado no seu corpo dava um ar de gravidez.

Meu amigo foi homem ao participar com tamanha saúde daquela brincadeira. O amor sobre todas as formas de manifesto, fora manifestado da melhor forma por meu amigo para a sua filhinha que está para pisar aqui na terra.

Evelyn é o nome dela. Evelyn que é a causadora do manifesto do amor de seu pai por ela. O amor reserva cada surpresa para a gente. Onde um homem é vestido de mulher para receber a sua filha com todo o amor.

O meu amigo é um grande homem. O grande homem é o pai.